Tempo, tempo, tempo

A forma como lidamos com o tempo: como nos afeta emocionalmente e psicologicamente

Como bem disse Maria Rita Kehl, a forma como medimos o tempo tem sido alterada de acordo com diferentes influências, a primeira grande influência, certamente, envolve as manifestações naturais, principalmente nas civilizações agrárias, que se organizavam com o tempo natural; nascer e pôr do sol, as estações, era isso que gerenciava a funcionalidade humana e, ainda hoje, tem sua influência na nossa vida, mas de forma menos intensa.
Outro marco para a contagem do tempo é a religião, era a igreja que determinava o tempo na sociedade, os badalos dos sinos anunciavam a hora da missa e pontuavam a hora nos primeiros relógios de ponteiro situados nas torres das igrejas, que também  regulava os ciclos sociais (nascimento, casamento, feriados) e assim a sociedade se organizava.
Em seguida, com a revolução industrial, o tempo passou a ser regulado pela lógica capitalista, marcado pelo ritmo e jornada de trabalho. Na contemporaneidade, controlamos o tempo ainda com base no trabalho, mas inicia-se a influência digital, em que é valorizado o nanossegundo.
Não é por acaso que observa-se intensa aceleração na economia, nas relações, na cultura em geral. E isto traz inúmeros sintomas contemporâneos.

O obejtivo desta reflexão não é negar o tempo cronológico, isto ajuda a sociedade a se organizar inclusive mentalmente, é benéfico emocionalmente ter base cronológica para orientar a vida. O objetivo é, sim, questionar o quanto disso é benéfico, deve-se saber o limite desta orientação, deve-se saber usar o tempo cronológico e não ser usado por ele.

Neste sentido, questiona-se quanto do tempo é realmente do sujeito (nós, indivíduos), e o quê -então- é o dono do tempo?
Esta é a questão que deve ficar, porque as pessoas se alienam a todas estas influências e pouco tempo sobra para olhar pro próprio tempo.

É comum ver a pressão e exigência por produtividade, por conquistar determinadas coisas antes de determinada idade. Isto desrespeita totalmente o tempo individual. Cada sujeito tem sua jornada própria, o tempo do insconsciente não pode ser regulado inteiramente pelo tempo econômico e cronológico.
Fica a dica: respeite seu ritmo próprio se dê tempo para encontrar felicidade nele!

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